segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Um pouco da história do logaritmo


Pode parecer um pouco estranho, mas a matéria que vamos introduzir agora surgiu muito antes do desenvolvimento da exponencial. Podemos dizer ainda mais, a exponencial é conseqüência dos logaritmos (como mais tarde iremos ver, a função exponencial é o inverso da função logarítmica). Seu aparecimento ocorreu no começo do século XVII onde as grandes navegações, comércios, empréstimos de dinheiros exigiam cálculos muito laboriosos, portanto, havia uma necessidade na época para que esses cansativos cálculos fossem simplificados. A essência era substituir complicados cálculos de multiplicação e divisão, por operações mais simples como a soma e a subtração respectivamente.

Os dois matemáticos que desenvolveram os logaritmos foram o suíço Jobst Bürgi (1552-1632) e o escocês John Napier (1550-1617)cujos os trabalhos foram desenvolvidos independentemente, assim como na maioria dos casos da ciência quando há uma mudança de paradigma.

O suíço Bürgi dedicava-se a fabricação de relógios, mas era muito astuto em matemática e na astronomia, tendo ajudado Kepler, em Praga, nos cálculos das ‘rbitas planetárias e das posições das estrelas. Nesse momento, Bürgi deve ter se dado conta em criar um método para facilitar os cálculos. Em 1600 ele já possui o domínio dos cálculos de logaritmos, porém só publicou seus trabalhos vinte anos mais tarde.

Mas foi somente com John Napier e Henry Briggs (1556-1630) que se construiu tábuas logarítmicas com casas decimais. Napier nasceu quando seu pai tinha apenas dezesseis anos, levava uma vida rica e próspera no castelo de Merchiston (figura à direita), perto de Edimburgo, Escócia e gastou grande parte de suas energias em controvérsias políticas e religiosas de seu tempo. Napier era fervorosamente anticatólico, ele era tão convicto em suas opiniões que em 1593 lançou um livro dizendo poder provar que o papa era o anticristo e que o Criador tencionava pôr fim ao mundo nos anos entre 1688 e 1700.

Profeticamente, Napier também escreveu sobre várias máquinas de guerra infernais. Previu que no futuro desenvolver-se-ia uma peça de artilharia que “poderia eliminar de um campo de quatro milhas de circunferência todas as criaturas vivas que excedessem um pé de altura”, que produziriam “dispositivos para navegar debaixo d’água” e que se criaria um carro de guerra com uma boca que se acenderia para “espalhar a destruição por todas as partes”. Dá para dizer que ele foi profético nesses seus delírios!