terça-feira, 28 de julho de 2009

Leibniz e a Razão





Leibniz (1646-1716) foi um grande filósofo e matemático alemão. Foi um dos descobridores do cálculo infinitesimal (descobriu independentemente de Newton). À ele se atribui também os símbolos que usamos nos cálculos de integração e derivação, que são muito mais simples que os empregados por Newton.
Achei uma leitura dele no livro Novos Ensaios Sobre o Entendimento Humano, no prefácio. Existia na época (século XVIII) uma calorosa discussão, que ainda é forte em nossa época, sobre o Racionalismo (idealismo) versus o Empirismo, ou seja, a Razão (idéias, no sentido platônico) é algo inerente (nasce com o homem), já o Empirismo, diz que a mente humana quando nasce é uma "tábula rasa" (expressão de Jonh Locke) não há nada na mente, tudo o que nós aprendemos é com o passar dos anos através do senso comum. Enfim, é uma discussão que até hoje permeia todos os níveis do conhecimento.
Mas, como sou um leitor dos livros de Leibniz, coloco esse trecho muito interessante do seu prefácio:

"Os sentidos, se bem que necessários para todos os nossos conhecimentos atuais, não são suficientes para darno-los todos, visto que eles só nos fornecem exemplos, ou seja, verdades particulares ou individuais. Ora, todos os exemplos que confirmam uma verdade de ordem geral, qualquer que seja o seu número não são suficientes para estabelcer a necessidade universal desta mesma verdade, pois não segue que aquilo que aconteceu uma vez tornará a acontecer da mesma forma. (...) Parece dever-se concluir que as verdades necessárias, quais as encontramos na matemática pura e sobretudo na aritmética e na geometria, devem ter princípios cuja demonstração independe dos exemplos, e consequentemente também do testemunho dos sentidos, embora se deva admitir que sem os sentidos jamais teria vindo à mente pensar neles (...) É verdade que não se deve imaginar que possamos ler na alma estas leis eternas da razão do livro aberto, como se lê o edito do pretor no seu livro sem trabalho e sem pesquisa; basta, porém, que possamos descobri-las em nós em virtude da atenção, sendo que a ocasião é fornecida pelos sentidos, e a sequência das experiências serve ainda como confirmação à razão, mais ou menos como as provas servem na aritmética para melhor evitar o erro do cálculo quando o raciocínio é longo (...) Só a razão é capaz de estabelecer regras seguras e de suprir o que falta nas regras que não eram seguras, inserindo as suas exceções; só a razão é capaz de encontrar finalmente conexões certas na força das consequências necessárias, o que dá muitas vezes a possibilidade de prever o acontecimento sem ter necessidade de experimentar as conexões sensíveis das imagens, às quais estão reduzidos os animais; assim sendo, o que justifica os princípios internos das verdades necessárias constitui um outro elemento que distingue o homem do animal irracional."

Será que o homem já nasce com tudo na mente basta desenvolvê-la? Acho muito difícil! Mas será que a verdade se esconde atrás das definições e axiomas matemáticos? Existe um mundo superior a este? Um mundo onde tudo é inteligível?! É uma visão platônica! Que nem Matrix!!! (Adoro!) Mas acho muito pouco provável. Vemos o mundo do jeito que ele é! Pois se fosse diferente nós não estríamos aqui (Princípio Antrópico)! Acredito tanto no idealismo como no empirismo. E uma dose certa dos dois, contruímos o mundo em que vivemos!

ALOHA!!!

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