sexta-feira, 27 de julho de 2012

O Universo é: (a)finito (b)infinito (c)finito e ilimitado


O que sabemos hoje do Universo? Muita coisa, mas nosso conhecimento não é verdadeiro e absoluto sobre o que é e como é o Universo. Tentarei expor em parte cada item acima com uma cronologia de pensadores e o que estava acontecendo na época.

O Universo é: a alternativa (a) FINITO

Podemos responder a letra (a) FINITO, e estaremos de acordo com muitas religiões e civilizações do passado que diziam que  a Terra era plana e sustentada por quatro elefantes e esses sustentados por uma tartaruga gigante(fig.1)! Claro que isso era uma alegoria para explicar como a Terra era sustentada. As especulações de verdade sobre a Natureza do Universo remontam aos tempos pré-históricos, por isso a Astronomia é considerada uma das ciências mais antigas. Os registros Astronômicos datam aproximadamente 5 mil anos atrás e se devem aos chineses (sempre eles!), aos babilônios, assírios e egípcios. Nessa época os astros eram estudados com o objetivo relacionados à Astrologia, para fazer previsões futuras de reis e senhores de terra. Quem detinha o conhecimento da Astronomia (e também da Astrologia) eram muitas vezes sacerdotes, druidas, magos, etc. pois eles tinham o “poder”de prever acontecimentos como eclipses (lunares e solares); também conseguiam definir a melhor época para o plantio pois eles perceberam que a Terra completava ciclos regulares de chuvas e secas, essa regularidade do planeta parecia se completar a cada 365 dias e isso foi muito bem observado por essas antigas civilizações. Vários historiadores descobriram que antigas civilizações espalhadas pelo mundo tinham esse conhecimento da regularidade das estações do ano, do período lunar, e da previsão de eventos astronômicos. Isso fazia com que se especulasse a respeito da origem da Vida e do Universo.
(fig1)

O desenvolvimento especulativo da ciência antiga se deu na Grécia quando filósofos-viajantes começaram a especular sobre a origem do Universo. A ideia dos filósofos gregos era achar uma ordem na origem de tudo. A palavra “cosmologia” deriva da antiga palavra grega kosmeo, que significa “ordenar”ou “organizar”, pois o céu apresentava padrões que podiam ser compreendidos de uma forma analítica e sistemática.
Começou a surgir conceitos como o da Esfera Celeste, uma esfera de material cristalino(fig2), incrustada de estrelas, tendo a Terra como centro. Eles naquela época não tinham conhecimento da rotação da Terra, imaginavam que a esfera celeste girava em torno de um eixo passando pela Terra. Observaram que todas as estrelas giram em torno de um ponto fixo no céu(fig3), e consideraram esse ponto como uma das extremidades do eixo de rotação da Esfera Celeste. Eles sabiam que o Sol muda de posição no céu ao longo do ano (no hemisfério Sul no inverno o Sol está mais ao Norte e no verão o Sol está mais ao Sul) e nasce sempre no leste e se opõe ao oeste. Esse caminho aparente do Sol no céu durante o ano define a eclíptica(fig4) (assim chamada porque os eclipses ocorrem somente quando a Lua está próxima da eclíptica). A Lua e os planetas percorrem o céu em uma região de dezoito graus centrada na eclíptica, essa região é definida como o Zodíaco, hoje dividida em 13 constelações(fig5) (a mais nova é a Serpente 29 de Novembro à 17 de Dezembro).

(fig2)

(fig3)

(fig4)

(fig5)

Como os gregos deduziram que a Terra é esférica, ficaram com uma dúvida que ainda assombra muita gente nos dias de hoje: “O que impede as pessoas de caírem?” A solução aristotélica (se é que podemos dizer assim) é dizer que como tudo tem a tendência de ir para o centro da Terra, então o centro da Terra é o centro do Universo. Portanto, a Terra é estática e tudo sobre a sua superfície é projetada para o centro, por isso que nós somos “presos” e não caímos fora da Terra.

Fica muito simples a explicação de que a Terra é o centro do Universo, pois nós somos o centro de todas as coisas, pois Deus (ou Deuses) quis assim, é a sua criação. O Sol, a Lua, os astros errantes (planetas) todos giram em torno da Terra. E depois dos planetas há o que se acredita a morada dos Deuses, é o que os antigos chamavam de esfera de cristal o lugar das estrelas fixas. Portanto, o Universo gira em torno da Terra!

Tudo isso fica muito claro com o modelo geocêntrico(fig6)  proposto por Ptolomeu(fig7)  no seu livro Almagesto que trabalhou na biblioteca de Alexandria no Egito (século II d.C.). Com o calendário juliano e as navegações era preciso conhecer muito bem o céu noturno e Ptolomeu estudou e catalogou muitas estrelas e propôs um modelo já conhecido mas muito bem estruturado por ele. Mas o modelo geocêntrico já existia, mas não conseguia explicar o movimento dos “corpos errantes” principalmente o planeta Marte. Eis que Ptolomeu apresenta uma elaborada explicação matemática para o movimento dos planetas o chamado ciclos e epiciclos(fig8), já conhecido por Arquimedes. O cristianismo em ascensão precisava de um “modelo matemático” para justificar seus dogmas bíblicos e o modelo aristotélico-ptolomaico do geocentrismo foi muito bem aceito pelo cristianismo.
(fig6)


(fig7)
(fig8)

Portanto, no inicio da era cristão a imagem do universo como sendo o modelo geocêntrico (ptolomaico-aristotélico) era o que melhor se ajustava nessa época. Mas esse sistema era usado somente no Ocidente, outras culturas tinham outras imagens para o Universo.